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A BELA E A FERA: UMA REFLEXÃO

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sexta-feira, 24 de junho de 2011

ENTRE CÉU E INFERNO


Quantos avanços extraordinários em campos tão diversificados, especialmente na ciência médica que, associada às outras áreas, trouxe métodos e medicamentos novos conseguindo debelar a dor, curar e prevenir doenças, prolongando a expectativa de vida e retardando o relógio do envelhecimento do ser humano.
Tudo muito lindo e auspicioso. Verdadeiro céu.
Nunca se sentiu, entretanto, uma sensação tão aflorada de que todos estão condenados a um trabalho tão inútil e sem esperança. Essa sensação nasce na evidência das dificuldades enfrentadas, do aumento da fome e da miséria provocadas pelos mesmos avanços que trouxeram tanto bem. Panorama desanimador. Verdadeiro inferno.
Se o homem criou tantas novas alternativas ao longo destes milênios, por que se distanciou cada vez mais da felicidade? Por que poucos têm muito e muitos tão pouco? Quem possui pouco consegue viver? Quem possui muito consegue desfrutar?
Por que agora, com a criação de tantos mecanismos tão perfeitos para manter a vida mais saudável, com bem estar, prazer e longevidade, grande parte da humanidade ficou tão exposta a desigualdades que levam à miséria, à fome, a conflitos e à morte tão prematura?
A resposta para esses questionamentos esteja, talvez, na incapacidade do homem em utilizar seu senso crítico tão enfraquecido pela insensibilidade ou, por não mais possuir a capacidade de indignar-se diante da miséria e da injustiça.
Muitos, talvez, incluídos aí nós mesmos, perderam a capacidade de serem ternos e solidarizarem-se, porque se encantaram com os acenos do mundo e seus valores novos, centrados fundamentalmente no racionalismo e no consumismo. Valores que contaminam quase todos com o delírio da posse total, criando uma falsa consciência do poder e da riqueza.
Ou, ainda, porque essa consciência aprisione cada um dentro da individualidade, deixando o ser humano extremamente solitário, mesmo percebendo quantos estão em sua volta esperando um olhar ou um gesto de solidariedade.
Para que o estoque de todas novas conquistas seja benfeitor e produza o bem, é preciso acontecer antes uma profunda reestruturação dos sistemas políticos, sociais e psicológicos porque, ao que parece, até agora a humanidade, nos resultados concretos, demonstrou ser mais fácil inventar o progresso do que administrá-lo.
É da administração sadia, transparente e honesta, fundamentada na ética, na justiça, que estes sistemas implementarão, através de reeducação continuada, a modificação de cultura.
É bom lembrar que evangelizar, antes de tudo, é promover a mudança de cultura e de mentalidades.
Sem essa primordial mudança, o homem continuará a conviver entre o inferno e o paraíso, sem condições de jamais alcançá-lo. Mesmo em condições de aumentar sua longevidade, o ser humano continuará a envelhecer dentro de seus limites e de suas mazelas. A esperança permanece por dias melhores!
J. Rubens Alves

quarta-feira, 15 de junho de 2011

VASOS DE BARRO


Tales de Mileto foi um filósofo, no período antes de Cristo, considerado um dos sete sábios da Grécia.
Certa vez, quando perguntado sobre vários assuntos filosóficos, deu nove respostas sábias para cada uma delas. Sobre o que considerava como a maior dificuldade da vida, ele respondeu com simplicidade: “Conhecer-se a si mesmo”.
Se até mesmo um sábio admite dificuldades em lidar consigo, o que será do ser humano comum, mais propenso para o seu lado animal do que para o espiritual!
Diante de qualquer contrariedade esquece tudo de bom que aprendeu, o seu lado majestoso de ser espiritualizado e pratica suas ações com um toque de instinto. Daí as palavras profundas do Mestre: “O espírito é forte, mas a carne é fraca”.
O mais valioso conhecimento vem do e pelo Espírito.
O progresso na vida espiritual acontece no tempo certo para cada um e de diferentes formas. Através de sinais, de maneira suave ou brusca, de acordo com os próprios acontecimentos da vida real. E se esse sinal for devidamente compreendido se transforma para cada ser humano, em prêmio intransferível de ascensão ao nível mais elevado de espiritualidade.
Quando ocorre essa transformação, passa-se a valorizar o amor e o conhecimento, deixando-se para um segundo plano, outras preocupações e quinquilharias da vida temporal. É eliminada, dentre outros elementos prejudiciais, a agressividade diante dos próprios medos que se faz respingar em tudo e em todos.
Assume-se o controle pelo rumo da vida utilizando-se, verdadeiramente, do livre arbítrio. A vida retoma seu valor absoluto. A alegria consistirá em se fazer tudo por amor transformando cada dia numa etapa pela busca incansável e insaciável da Espiritualidade maior.
Descobre-se um mistério cósmico. Descobre-se que o ser humano é um vaso de barro que carrega um tesouro em si: o próprio Deus.
J. Rubens Alves

domingo, 5 de junho de 2011

SINFONIA A DOIS

Não existe união ou parceria sem harmonia, compasso, criatividade e ritmo. Tal como numa orquestra, tantos são os instrumentos, cada qual com suas características, mas afinados e no conjunto são capazes de arrebatar com sua musicalidade perfeita. É preciso sempre um arranjo diferente para reinventar uma composição.
Casamento também é assim: marido e mulher formam uma orquestra na qual cada um, apesar de tão diferentes e de suas individualidades, deve aprender a ser afinado. Se já houver filhos, estes também devem entrar no conjunto harmonico dessa orquestra.
Conheço muitos casais, entre eles jovens casais que, pouco tempo depois de fazerem juras eternas diante de Deus e dos homens, já estão frios no relacionamento, cansados de viver juntos e envelhecidos nos sonhos do amor.
Quantos motivos levam a esse desgaste na união conjugal! Casais que vivem adiando muitas coisas para mais tarde, em troca de conseguir um acumulo maior de bens e condição de vida melhor são os mais afetados com essas crises. Tudo o que há de mais sublime entre o casal fica para depois. Não sobra mais tempo do estar juntos, do fazer carícias, do dialogar, do consumar o amor. Não há mais tempo e espaço para filhos e família. Tudo adiado em nome do crescimento patrimonial.
A mentalidade é trabalhar muito, acumular o máximo. Esse esforço desregrado causa cansaço físico e desgaste mental. Esse fado agiganta diferenças, promove distanciamento e causa separação.
Há casais que, ignorando a imprevisibilidade do amanhã, já não saem para passear, para fazer um programa diferente como um almoço, um cinema ou um jantar.
São das variações de tons, notas e contratempos que nascem as grandes sinfonias. Essas pequenas variações do dia a dia sustentam o casamento. São elas que fortalecem as raízes do casamento, o caule da família garantindo, por sua vez, folhas, flores e frutos belos e saudáveis.
É preciso reavivar sempre a chama do amor. Casamento precisa ser reinventado, a dois, todos os dias.
Casamento com novas notas, melodias e arranjos tornar-se-ão grandes sinfonias.
Antes que eu esqueça, é bom lembrar: casamento precisa de Deus no seu centro, porque uma ótima orquestra sempre depende de um excelente Maestro. Mesmo que Ele não seja visível!
J. Rubens Alves