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A BELA E A FERA: UMA REFLEXÃO

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sábado, 25 de fevereiro de 2012

P, M, G: PONTO FINAL



Essas letrinhas, tão utilizadas na linguagem escrita servem, também, como marcações para identificar a grade certa para roupas, utensílios, peças e outros objetos.
Através delas, se identificam com facilidade as medidas e tamanhos dos pacotes de gêneros alimentícios, sucos e refrigerantes, de frutas selecionadas.
Muitos preços dos serviços prestados, da mesma forma, são estabelecidos com base em gabaritos de medida, em especial aqueles destinados aos automóveis grandes, médios e pequenos.
Ah os livros. Os livros, muitos os escolhem pelos efeitos artísticos de capa, pelo seu tamanho e grossura, não pelo seu conteúdo.
Aliás, tudo ao redor de nossas vidas está sendo quantificado e medido, algumas vezes em detrimento da qualidade e do reconhecimento. E desculpem, mas até mesmo a sexualidade passou a ser medida em seus atributos, tal como aí está. As maiores taras se resultam desse tratamento vulgar, instigado pelas novelas e filmes.
De maneira geral, o ser humano se acostumou com tudo isso porque, mesmo os seus dons e qualidades, são medidas quando disponibilizados ao trabalho em troca de salário.
Todo esse dimensionamento das coisas é bom e necessário pela facilidade que proporcionam às escolhas e opções e, evidentemente, não há receita que dê certo sem as medidas corretas para cada ingrediente.
Nessa mentalidade, onde tudo tem que ser medido para ser avaliado, será que há espaço de se aceitar que um indivíduo seja meio bom, ou só um pouco mal? A sociedade, apesar de se defrontar com crimes aparentemente mais ou menos hediondos, pode aceitar que crimes sejam encarados como pequenos, médios ou grandes?
É isso, entretanto, que vem acontecendo: imprensa, apresentadores âncoras de programas vulgares de televisão, improvisados ‘doutores’ no direito chocam a urbe com suas teorias e palavras mal colocadas para qualificar delitos e crimes por tamanho e grau, deixando transparecer que uns são passíveis de punição e outros não.
Certo dia, um apresentador desses programas vespertinos marcados pelo sangue e sofrimento, inadvertidamente ao comentar um pequeno furto, expôs que aquele delito perto de outros, não devia nem ser considerado pela justiça. Este apresentador errou, pois crime é crime, não importa o tamanho ou a idade de quem o cometeu. Não existe meio roubo, meio estupro, meio homicídio, meia corrupção ou meia usura. Não se deve diminuir a responsabilidade de omissão dos responsáveis sobre crimes e delitos cometidos por seus dependentes menores. Os crimes não devem ser minimizados diante do poder econômico de quem os comete. A punição deve ser equânime tanto para os baderneiros milionários como, para os miseráveis vândalos carnavalescos.
Outra visão. Como você se sente ao pagar sua conta no supermercado, e a operadora de caixa não lhe devolver os três ou quatro centavos de troco, sem ao menos lhe perguntar se você se importa ou não em deixá-los ali, como sobra de caixa? Você não diz nada, não discorda?
Ora, não importa o valor, sejam quatro centavos ou um milhão, estes são sua propriedade e seu direito e os centavos só podem ser usurpados com seu consentimento.
Assim, é tempo de se resgatar a ordem das coisas sendo delatores e combatentes dessa onda de relativismo que vem afogando a ética e os costumes.
É verdade: nosso País possui leis de primeiro mundo para um povo de mentalidade subdesenvolvida. Nem por isso, contudo, em lugar algum do mundo, se pode admitir o “ser meio bom” ou “o ser meio mal”. As pessoas inteligentes e de boa índole que desejam assim continuar, não podem ser coniventes com as tendências relativistas do tratar o bem e o mal de maneira leviana, onde até os crimes contra a sociedade passam a ser tolerados e caracterizados de pequenos, médios e grandes.
A mudança deve começar com a compreensão básica: crime é crime, delito é delito.
Enfim, bem é Bem, mal é Mal. E ponto final!
J. Rubens Alves

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

RAINHAS DO FUBÁ


Em uma passagem bíblica do Livro dos Reis, nos deparamos com a narrativa sobre a Rainha de Sabá, que se eternizou pela doçura de suas palavras e por sua capacidade em aceitar situações, ao procurar o então Rei Salomão, conhecido pela sua tão incomparável sabedoria.
Esse texto (1Rs 10,1-10), narra que a Rainha de Sabá viajou muitos quilômetros até o Rei Salomão, levando grande quantidade de pedras preciosas, ouro e perfumes.
Ela era generosa e reconhecida em suas terras por sua imensurável generosidade. Por onde passava, ela deixava sempre um rastro de perfume e semeava pedras preciosas entre seu povo. De sua boca não se ouviam palavras que disseminassem intrigas, discórdias e desunião.
Assim, atraída pela notícia da sabedoria de Salomão, levou consigo muitos enigmas para que o Rei a esclarecesse a respeito e a deixasse mais sábia.
Maravilhada com a sabedoria que exalava do Rei sobre todos os assuntos de seu reino e sobre as coisas de Deus, bendisse aquele reino, aquela gente e aquele Deus.
Doou, por isso generosa quantidade de perfumes ao Rei e, da mesma forma, deixou ali uma semeadura de ouro e pedras preciosas. Esse fato a deixou conhecida ao longo desses milhares de anos, até aos nossos tempos.
Infelizmente em nosso tempo não conhecemos mais Rainhas de Sabá, mas somos obrigados a conviver com as “rainhas do fubá”, (fazendo um trocadilho com o nome da Rainha original), título que vale tanto para mulheres como para muitos homens que são, ao contrário dessa magnífica Rainha bíblica, reais maledicentes, que gozam em semear em seu meio, a partir de sua família e de seus próximos o pré julgamento, a discórdia, a desunião.
Suas vidas se prestam apenas para ações e palavras impensadas, como pedras de sofrimento sem brilho e valor, que exalam não o perfume, mas o odor da podridão que saem de seus corações frios do amor de Deus.
“O que torna impuro o homem não é o que entra nele vindo de fora, mas o que sai de seu interior” (Mc 14,15)
Suas opiniões são frias e calculistas, terrivelmente materialistas, e visam tão somente à comodidade de seus próprios interesses e de resultados financeiros que advenham de suas vãs palavras.
São incapazes de bendizer as pessoas que fazem parte de suas vidas, os momentos bons dos outros simplesmente porque, no fundo, são terrivelmente egoístas e invejosos.
Se as coisas não são como desejam, então nada está bom, nada está certo e soltam indiscriminadamente o verbo, a língua, como um chicote nas costas dos outros.
A cada dia, o nosso mundo está conhecendo mais esse tipo de gente, que mesmo tentando camuflar suas ações como de boa vontade, se traem pelo seu egoísmo, valendo imperar aquele velho ditado libanês: ‘a língua é o chicote do rabo’.
E, só para esclarecer, fubá, sem outros ingredientes, é apenas seco, não acrescenta, só enche e entala na garganta! Deus nos livre de tais línguas!
J. Rubens Alves

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

LONGO ADEUS

Todos os dias alguém, em algum lugar perde outro alguém muito amado. Desde garoto presenciei muitos casos de pessoas queridas que simplesmente partiram. Partiram para outra vida, repentinamente, sem aviso prévio, sem direito a um simples beijo. Nem sequer um adeus.
Em outros momentos vivi ao lado de outros também queridos, que por uma força extra, exalada pelo tempo já esgotado da existência me foi concedido reanimá-los pela fé numa vida nova que os esperava. Um tempo breve, mas suficiente para uma despedida que possibilitou sentir o calor da vida que pulsava enfraquecida em seu ser.
Enfim, os adeuses que marcaram minha vida foram sempre furtivos e breves. Amigos e parentes que cumprindo o período de sua história se foram assim, num estalar de dedos.
Minha sogra, por exemplo, confidenciava que gostaria de uma partida rápida dessa existência e, se possível, sem despedidas, mas com lucidez e jogando cartas. Seu sonho se realizou, tal qual pedira a Deus, numa tarde ensolarada, numa mesa de jogo entre as amigas. Simplesmente recostou a cabeça nos ombros de uma delas e partiu.
Minha querida mãe partiu no último sábado de uma maneira bem diversa. De seus 91 anos de idade, onze anos foram de adeus. Um adeus lento, progressivo e silencioso.
Durante esse tempo em que cumpriu rigorosamente seu papel no plano de Deus teve, certamente, a oportunidade de fazer os últimos acertos, enquanto eu e meus irmãos, a oportunidade de sentir seu calor, de servir-lhe em compensação ao que nos concedeu como legado, de amar-lhe, mesmo que com deficiência.
Mesmo depois que o Alzheimer lhe roubou a lucidez, seus pequenos olhos espelhavam a vivacidade de sua alma e continuavam a emitir a energia da vida e do amor materno.
Nesses onze anos de despedida, lá em casa, uns mais outros menos, puderam completar seu aprendizado do que seja a vida e o gesto de disponibilidade no servir.
Foi exatamente nesse período de sofrimento de todos, dos irmãos e dos cuidadores de minha mãe, em que se manifestaram os mais significativos gestos de amor: adaptações na casa, nos costumes, na dieta, diário com todos os procedimentos, medicamentos, asseio e alimentação e uma infinidade de informações. Onze anos nesse árduo ato de servir!
Com certeza, ali no meio desse amor e carinho, Deus se fez presente o tempo todo.
Assim, na naturalidade do viver e morrer se realizou o desejo de minha mãe, muitas vezes proferido em minha presença: não partir repentinamente desse mundo.
Nunca imaginei que algum dia viveria um longo adeus exatamente com alguém que me amou e que também amei desde que fui concebido.
A todos que sofrem com alguém que padeça do Mal de Alzheimer a minha solidariedade e exortação para que vivam esses momentos cruciais não como encargo, mas com uma grande oportunidade de aprendizado e crescimento. Façam o que estiver ao alcance.
Ao menos, será o viver de um longo adeus de alguém que vocês muito amam!

Depois, mesmos desgastados, juntar toda a riqueza e permanecerem unidos, sem solidão, para a contínua caminhada para a Vida.
J. Rubens Alves