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terça-feira, 26 de março de 2013

PAR DE BOTAS

Naquele início de tarde, minha filha e eu nos dirigimos à agência bancária e ao chegarmos, logo na entrada, antes da porta giratória de segurança, nos deparamos com um par de botas, cuidadosamente deixado ali por alguém e por algum motivo. 
Muitos clientes passavam pela entrada do banco sem notar aquele detalhe tão destoante quanto raro de se ver. 
Aquele par de botas contrastava com aquele ambiente, com aquele conjunto: uma agência bancária, bem montada no interior de um Shopping Center. 
Aquelas rudes e ao mesmo tempo humildes botas, sem dúvida, passavam algum recado pelo simples fato de ali estarem. 
Diante de fato tão incomum pedi para minha filha resgistrar aquela imagem em seu celular. 
Essa foto ilustra o texto sobre o par de botas que tinha um dono facilmente identificável no interior da agência: um jovem com os pés descalços, que pela aparência se tratava de trabalhador em alguma obra nos arredores. 
Colhemos junto ao segurança que cuidava da entrada de pessoas informação de como ocorrera aquele episódio. 
Visivelmente comovido, tal como nós imaginávamos, o segurança nos informou que aquele jovem, em gesto de simplicidade de espírito e imensa humildade, havia descalçado as botas para não sujar o piso brilhante da agência bancária e as deixara do lado de fora, indo somente com as meias tomar seu lugar na fila. 
Enquanto nestes dias a onda de relativismo abafa a espontaneidade do ser humano, obrigando-o a escravizar-se aos estereótipos de comportamento, expondo ao ridículo quem ousar contrariar os vícios dos sistemas, ainda é possível vislumbrar gestos simples como esse. 
Ao olharmos alternadamente para o par de botas e para aquele jovem humilde, mas asseadamente vestido, de feições de intensa felicidade e paz, pés descalços, calmamente esperando sua vez no atendimento concluímos que, apesar de cada vez mais escassos, ainda existem corações, de alto grau pureza e simplicidade rara. 
Corações generosos que se preocupam com o bem comum, em qualquer lugar e situação. 
Corações simples escondidos, de forma magnânima em pessoas, cujos rostos desconhecidos de nós, sobrevivem espalhadas entre as multidões que cada vez menos se reconhecem e se sensibilizam como seres humanos. 
Corações grandiosos de verdadeiros anjos que podem estar camuflados atrás de um par de botas! 
J. Rubens Alves