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A BELA E A FERA: UMA REFLEXÃO

Celine Dion & Peabo Bryson - Beauty And The Beast (HQ Official Music Video) Esta bela canção deu vida e sentimento à Bela e a Fera, ...

quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

LONGO ADEUS

Todos os dias alguém, em algum lugar perde outro alguém muito amado. Desde garoto presenciei muitos casos de pessoas queridas que simplesmente partiram. Partiram para outra vida, repentinamente, sem aviso prévio, sem direito a um simples beijo. Nem sequer um adeus.
Em outros momentos vivi ao lado de outros também queridos, que por uma força extra, exalada pelo tempo já esgotado da existência me foi concedido reanimá-los pela fé numa vida nova que os esperava. Um tempo breve, mas suficiente para uma despedida que possibilitou sentir o calor da vida que pulsava enfraquecida em seu ser.
Enfim, os adeuses que marcaram minha vida foram sempre furtivos e breves. Amigos e parentes que cumprindo o período de sua história se foram assim, num estalar de dedos.
Minha sogra, por exemplo, confidenciava que gostaria de uma partida rápida dessa existência e, se possível, sem despedidas, mas com lucidez e jogando cartas. Seu sonho se realizou, tal qual pedira a Deus, numa tarde ensolarada, numa mesa de jogo entre as amigas. Simplesmente recostou a cabeça nos ombros de uma delas e partiu.
Minha querida mãe partiu no último sábado de uma maneira bem diversa. De seus 91 anos de idade, onze anos foram de adeus. Um adeus lento, progressivo e silencioso.
Durante esse tempo em que cumpriu rigorosamente seu papel no plano de Deus teve, certamente, a oportunidade de fazer os últimos acertos, enquanto eu e meus irmãos, a oportunidade de sentir seu calor, de servir-lhe em compensação ao que nos concedeu como legado, de amar-lhe, mesmo que com deficiência.
Mesmo depois que o Alzheimer lhe roubou a lucidez, seus pequenos olhos espelhavam a vivacidade de sua alma e continuavam a emitir a energia da vida e do amor materno.
Nesses onze anos de despedida, lá em casa, uns mais outros menos, puderam completar seu aprendizado do que seja a vida e o gesto de disponibilidade no servir.
Foi exatamente nesse período de sofrimento de todos, dos irmãos e dos cuidadores de minha mãe, em que se manifestaram os mais significativos gestos de amor: adaptações na casa, nos costumes, na dieta, diário com todos os procedimentos, medicamentos, asseio e alimentação e uma infinidade de informações. Onze anos nesse árduo ato de servir!
Com certeza, ali no meio desse amor e carinho, Deus se fez presente o tempo todo.
Assim, na naturalidade do viver e morrer se realizou o desejo de minha mãe, muitas vezes proferido em minha presença: não partir repentinamente desse mundo.
Nunca imaginei que algum dia viveria um longo adeus exatamente com alguém que me amou e que também amei desde que fui concebido.
A todos que sofrem com alguém que padeça do Mal de Alzheimer a minha solidariedade e exortação para que vivam esses momentos cruciais não como encargo, mas com uma grande oportunidade de aprendizado e crescimento. Façam o que estiver ao alcance.
Ao menos, será o viver de um longo adeus de alguém que vocês muito amam!

Depois, mesmos desgastados, juntar toda a riqueza e permanecerem unidos, sem solidão, para a contínua caminhada para a Vida.
J. Rubens Alves

domingo, 8 de janeiro de 2012

NAS ONDAS


Nesse período de festas, aproveitando o verão no Brasil, o melhor lugar para descansar é o litoral, com suas praias maravilhosas.
Impressiona a quantidade de pessoas que desce ao litoral para desfrutar as belezas, o calor e os momentos de magnífico descanso.
Não são todos, porém, que conseguem desligar-se completamente da vida agitada, das preocupações.
Um dos componentes que interfere incisivamente na vida das pessoas e, nos últimos anos se tornou o principal vilão, o causador de estresse, sem dúvida, é o celular.
A constatação disso foi possível quando, num desses dias de descanso, lá estava, entre as ondas que iam e vinham quebrando-se nas areias uma jovem que, com água até os ombros, falava ao celular, ávida e desbragadamente, ignorando o lugar e o momento esplendorosos de luz e sol. Simplesmente não desfrutava aquele instante banhado de energia.
Uma cena bizarra que não serve para produzir graça e nem faz rir, mas serve de reflexão e como sinal de que algo não anda bem na relação entre as pessoas e a tecnologia que as cercam.
Não bastasse o excesso do uso desse aparelho no dia a dia, com algumas pessoas falando mais alto que o necessário em filas de bancos, em restaurantes e até mesmo em templos, revelando inadvertidamente particularidades de suas vidas, outras extrapolam esquecendo-se, tal como essa jovem, dos limites que devem impor às benesses da tecnologia.
Imaginemos como o ser humano está se influenciando pela tecnologia, em detrimento da própria vida e do seu prazer, ao ponto de correrem o risco de se afogarem, sem qualquer constrangimento, nesse mar de tendências, modismos e frivolidades.
Ao menos nós, que possuímos um pouco ainda de senso crítico e vontade de motivar-se por alguma coisa de maior valor, vamos nos cuidar para não incorrermo-nos nos mesmos escorregões de comportamento.
Aposentemos celulares, gravatas e a pressa do cotidiano para celebrar com plenitude, pelo menos os momentos de natureza, sol e descanso que a vida nos oferece como verdadeiros tesouros!
Ah! Como a conversa da jovem era deveras longa nunca saberemos, ao certo, se ela se salvou ou não do afogamento pelas ondas que iam e vinham quebrando-se graciosamente nas areias!
J. Rubens Alves

sábado, 31 de dezembro de 2011

MUNDO MELHOR

Cada final de ano provoca no ser humano um pouquinho de frustração por tudo o que não foi realizado. Na véspera do novo ano, maiores são os sonhos, as propostas e promessas que cada um faz para si mesmo, invocando as forças de Deus, da magia do momento e até de lendárias simpatias sobre o vestir, o comer e outras superstições.
Em geral, todos os sonhos e desejos para o próximo ano se resumem em frases “quero ser diferente, desejo ser melhor, não fazer o mal”
Passada a euforia das festas e das comemorações a realidade, contudo, mostra que as coisas continuam sempre como eram, senão piores.
Não basta somente sonhar ou desejar. É preciso atitude e ação para realizar todas as propostas e promessas.
O mundo será um pouquinho melhor quando cada um não apenas desejar ou apenas se propor a não praticar o mal em sua vida e na dos outros, mas quando cada um, efetivamente, realizar o bem em sua vida e na vida dos outros.
Uma breve reflexão sobre esse aspecto vai revelar que o ato de fazer o bem é muito maior, pleno e supremo do que o ato de não praticar o mal, pois quem pratica o bem, nunca será capaz de pensar em praticar o mal. Não basta não praticar o mal. É preciso praticar o bem, pois só assim é que se rompe o círculo vicioso do mal.
Nessa passagem de ano será maravilhoso se cada um se propuser a praticar simplesmente o bem ao longo de todo o ano que se inicia.
A vocês que seguem e acompanham esse Blog, desejo um ano de realizações em suas vidas, tudo em acordo com a vontade de Deus, visto que a vontade de Deus é perfeita e sábia.
Que o mundo acorde um pouquinho melhor pela ação benéfica de cada um de vocês.
Feliz 2012 e Boas Festas!

J. Rubens Alves

sábado, 24 de dezembro de 2011

É NATAL!

Todos os anos sentimos grande alegria em partilhar entre nós uma grande novidade: Jesus vai nascer!
E hoje, Natal, isso é realidade, Ele já está entre nós!
Que Ele encontre um lugar no meio de cada um de vocês, de sua família, de sua vida.
Ele se torne o centro de sua atenção, porque 'onde está o seu tesouro, aí estará o seu coração'.
Que Jesus nasça, todos os dias, em seus corações e em suas vidas, ao longo do próximo ano, em contínuo natal, porque se isso se tornar uma realidade, não esporádica e anual, este mundo nunca mais será o mesmo.
Ele será pleno de amor, por uma simples razão: DEUS É AMOR!
Desejamos a todos boas Festas, com votos augurais de saúde, felicidades e verdadeira paz com Deus.
Que ao longo do ano que se aproxima, sejam resgatados os melhores e mais perenes valores, e que eles todos residam em seu coração!
Orem muito, e que essas intenções sejam universais. Orem, em especial, por sua saúde, porque essa vida é o maior e mais precioso dom de Deus. Sejam estes momentos de amor, reflexos de Deus em suas vidas.
Felicidades, Boas Festas, mas especialmente um Santo Natal!
J. Rubens Alves

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

RESPONDA, POR FAVOR

Como acontece sempre ao final de cada ano, ao longo de quase doze anos, acompanhei minha esposa ao centro de São Paulo para as compras de Natal que supririam o estoque da sua pequena loja, um combinado de livraria e enfeites.
Ela sempre fez questão de manter, ao máximo, as origens religiosas do Natal, oferecendo aos seus clientes na época das festas, acima de tudo, presépios e outros motivos religiosos da ocasião, que lembrem o verdadeiro significado do Natal.
Depois de percorrer muitas empresas, o resultado foi triste, resumindo-se a pouquíssimas peças, porque o grande volume de mercadorias nas distribuidoras era de peças estilizadas em motivos natalinos, figuras desconhecidas e grande quantidade de papais-noel, de todos os tipos, formatos e estilos.
Por esses dias recebi, também, por e-mail, uma mensagem de Natal, onde a trilha sonora dava destaque ao Noel, cantando suas proezas e poderes, a ele se referindo como o Velho Noel lá do céu, promovendo a figura alegórica do velhinho, ao patamar dos deuses.
Em nenhum momento, qualquer referência a Jesus, o Filho de Deus, encarnado na humanidade, nascido para solucionar um caso mal resolvido entre as criaturas e refazer, a partir de então, para cada uma delas, o caminho de volta para a eternidade. Um projeto, divinamente trabalhado, culminando depois, no maior mistério de todos os tempos: o Pascal, da Vida vencendo a morte e que, aos poucos, perde espaço para o relativismo diante da vida, dos valores e doutrinas duvidosas.
É uma triste realidade: cada vez mais Jesus é esquecido em sua própria festa, cada ano o significado de sua encarnação e nascimento é diluído em outras estórias e realidades.
Mesmo com a tecnologia, a rapidez dos tempos e a grandiosidade de informações, a originalidade e a verdade nas histórias devem ser preservadas.
Não é preciso se esquivar das alegrias que essa época do Natal proporciona. É necessário somente retornar às origens e resgatar o significado e importância dessa época, redescobrindo a beleza dessa história de amor de Deus com a humanidade.
Como seria bom, entretanto, se cada um se propusesse nesse Natal a recolocar no devido lugar, no centro das festividades, em lugar de destaque em sua vida, na família, em sua casa a principal personagem dessa festa esplendorosa.
Essa experiência divina não acontecerá se cada um ficar apenas expressando seus augúrios natalinos através de mensagens postais e digitais, mas, será milagrosa se essa presença de Jesus se manifestar através de gestos concretos de amor, a quem quer que seja, porque Ele é em si, a plenitude do Amor. Natal é uma festa de amor.
R.S.V.P. (Repondéz S'il Vous Plait), responda por favor, confirmando sua presença nessa Festa de Natal.
Se cada um fizer sua parte, Ele também confirmará presença!
J. Rubens Alves

domingo, 20 de novembro de 2011

PALAVRAS E GESTOS

Como é grande a responsabilidade daquele que, de alguma forma, exerce influência no pensamento, no comportamento e na vida das pessoas. Governantes, políticos, religiosos, escritores, professores e tantos outros com capacidade de influenciar.
Grande maioria desses expoentes profere grandes discursos de suas ‘tribunas’, capazes de convencer e arrebatar com sua rica verborréia, grandes multidões de pessoas simples e desacostumadas ao uso de seu senso crítico para analisar o conteúdo e as reais intenções.
Não é bom fazer parte daquele grupo de escribas e fariseus ao qual se referiu o Mestre: “Pois colocam fardos pesados e difíceis de suportar, nos ombros dos homens; eles, porém, nem com o dedo querem movê-los”
Quantos governantes e políticos impõem ao povo esses fardos pesados e deles se livram legislando em causa própria...
Quantos dirigentes religiosos, da mesma forma, imputam pesadas penas e peso de conduta e delas eles próprios se esquivam por comodidade.
Há os que falam tanto em nome de Deus, suas coisas e preceitos, abençoam e ungem, mas, no momento de mostrar suas ações concretas demonstram o contrário ao que apregoam. Cegos guiando outros cegos.
Governando, impondo mãos, ungindo e ensinando, porém, mais em conformidade com suas doutrinas pessoais, do que com a Verdadeira Doutrina.
Suas palavras são vazias porque não passam de palavras sem as ações e sem obras concretas.
A obra de Deus se realiza através de ações concretas, testemunhos vívidos e não com as palavras e gestos vazios.
As palavras são enriquecedoras se baseadas em ações que testemunham o que é dito.
É bom, por isso mesmo, dar uma pausa, e refletir sobre aquilo que se fala e escreve e sobre a responsabilidade que advém dessas manifestações, mesmo que revestidas de simplicidade, porque elas possuem a força de motivar e provocar mudanças positivas, ou de arrasar ainda mais o ser humano já debilitado.
J. Rubens Alves

domingo, 6 de novembro de 2011

ESCREVER SEMPRE


Difícil é medir, com precisão, o quanto os textos aqui publicados ao longo do ano, tocam e motivam todos aqueles que visitam o Blog.
O número de acessos, em apenas doze meses, precisamente desde dezembro de 2010, beira a casa dos 25 mil visitantes, somados os três contadores. Acessando o controle reservado das estatísticas, sessenta por cento desse número de acessos, são de leitores que retornam espontaneamente ao Blog para acompanhar os novos textos e tantos outros arquivados.
Então, diante disso, é um compromisso continuar com a publicação desses textos, não muito longos, mas que cooperam com o aguçamento do sentido crítico de cada um dos leitores, diante de tantas situações corriqueiras, sempre invocando esforço contínuo ao respeito pela vida, dom maior de Deus, e o respeito pelos semelhantes.
“Se eu me calar, as pedras falarão”, indica a responsabilidade de cada um de nós perante o mundo, porque todo aquele que tiver algo de bom, ou um recado do Bem a partilhar, deve agir como profeta, alertando e admoestando.
O único cuidado: ser coerente com aquilo que diz demonstrando, com ações, que as palavras vão bem além do discurso vazio.
Eu digo, mas também faço tal qual aconselho.
Quando demoro em postar algum texto, sobre qualquer assunto, recebo indicações de que muitos ficam em sentido de espera. Obrigado!
J. Rubens Alves

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

O EXEMPLO

Como é grande o número de jovens comprometidos com a delinqüência e envolvidos com a violência em todo o mundo. O que intriga, entretanto, mais do que a violência que é fruto do mergulho cego no mundo das bebidas e das drogas, é a agressividade gratuita, a falta de educação e de respeito ao meio e às suas regras.
Não há como não se questionar: hoje já não existem filhos como antigamente, ou são os pais que deixaram espaços vazios na vida de seus filhos?
A educação, nos moldes que se concebe socialmente, até que está sendo ministrada de forma desejável. Falta ultimamente, porém, algo muito valioso que corrobora aquilo que se passa através da educação. Algo que se perdeu ao longo dos anos, devido ao certo relativismo ao comportamento, todo alterado pelas falsas propostas trazidas pela maioria das mídias que incutem que pai é o ‘amigão’ do filho, e vice e versa. Esse algo é o que deve acompanhar a educação e se chama EXEMPLO! Exemplo é o mesmo que testemunho de vida. Testemunho daquilo que se transfere pela educação.
O filho, desde pequeno, observa e assimila mais do que as palavras, o bom exemplo de vida de seus pais.
Pode em princípio, não compreender muito profundamente o valor daquilo que vê e guarda em seu subconsciente e em seu coração mas, com certeza, um dia fará uso de tudo o que herdou de exemplo.
Jovens que não tem o exemplo, além da educação serão, no futuro, pais que também não darão exemplo de vida para seus filhos.
Para compreender bem isso, bastará uma reflexão sobre as palavras do Mestre a respeito: “Por seus frutos conhecereis a árvore. Porventura se colhem uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz maus frutos.”.
De fato, o fruto cai sempre próximo a sua árvore. Ele poderá ser bom ou mau fruto, dependendo apenas da sua origem!
J. Rubens Alves

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

ABRIR MÃO

Certo homem, na hora da dificuldade financeira pela qual passava, lembrou-se de um amigo muito rico, dono de muitos negócios e resolveu procurá-lo para pedir-lhe um empréstimo. Após inúmeras tentativas conseguiu agendar um encontro viajando até outra cidade, esperançoso de ver atendido seu pedido de ajuda, pois se tratava de valor irrisório diante de tamanha fortuna do amigo.
Esperando ser recebido em sua casa, primeiramente estranhou que contrariamente o encontro fosse marcado em outro local, longe de sua residência onde ostentava carros importados e outras riquezas. Mesmo assim, tomou a coisa como normal e para lá se dirigiu confiante.
Seu ânimo ficou  abalado quando o amigo e a esposa chegaram com muito atraso em um carro popular, trajando sandálias de dedo e com roupas marotas nada convencionais ao estilo costumeiro.
Atônito diante de comportamento tão teatral, falso e mesquinho, o pobre homem necessitado ouviu um choroso não, que poderia ter sido dito com naturalidade e franqueza. Nunca vira antes uma encenação tão vulgar para o 'amigo' dizer-lhe um simples ‘não’!
Tal narrativa espelha muito bem a realidade. Muitos, ou melhor, poucos possuem muito. Desses poucos, muitos regateiam e choram em tudo, na hora de ajudar aqueles que precisam de uma ajuda, de um empurrãozinho. Existem, ainda, aqueles que dividem pequenas migalhas, atirando-as para saciar a fome daqueles que implora. Chega a ser cômico do que é capaz uma pessoa gananciosa e presa aos bens materiais, quando se trata de desprender-se e ajudar.
Seria espetacular se aqueles que receberam mais em poder e riqueza se conscientizassem profundamente sobre aquilo importante que lhes é efetivamente essencial e, gratuitamente, abrissem mão do supérfluo que também lhes foi confiado por Alguém Maior.
Atitude generosa gera alegria e, sobretudo a paz, evitando males que podem alastrar-se indefinidamente pelas conseqüências da ganância e da avareza.
Ainda bem que existem, ainda, muitos que são capazes de tirar a própria camisa para cobrir o próximo.
J. Rubens Alves

domingo, 18 de setembro de 2011

A INDIFERENÇA

Aqueles com um pouco mais de idade, com certeza, se lembram de grandes e polêmicos debates, sobre tantas questões pertinentes à vida: sobre a própria vida, sobre moral, sobre Deus.
O que mais escandalizava eram os debates com ateus e suas agudas argumentações sobre a existência de Deus.
Mesmo assim, esses despertavam a reflexão e, por tabela, aumentavam ainda mais a fé daqueles que se mantinham fiéis às suas convicções espirituais.
Hoje não se acompanham mais esses debates ardentes e nem mesmo há uma quantidade de eminentes pensadores que venham em público expor seus pensamentos.
Muitos foram ofuscados por outros pensadores mais superficiais e inócuos que se restringem analisar situações financeiras, econômicas e políticas que regem o mundo. Surge, aqui e acolá, apenas algum pensador para exalar um pouco de substância aproveitável.
Atualmente não se encontram nem mesmo grandes ateus – o último foi Sartre – que defendia pensamentos e teorias chocantes sobre sua descrença em Deus.
O que espanta, entretanto, é que entre muitos, em especial entre os que dizem pensadores, predomina uma indiferença maléfica e contagiante. Incomoda exatamente a indiferença que reina por esse mundo afora.
Não há pior coisa do que a indiferença. A indiferença demonstra que não existem mais o temor, o respeito e a acolhida ao que realmente importa e seja essencial.
A indiferença é o sinal de que a maioria dos humanos fechou-se em si e por si, considerando-se o centro de tudo, convicta de que cada um se basta e em si e em sua porção. Inclusive os grandes avanços e o fascínio pelas grandes descobertas levam o homem a adotar essa falsa crença naquilo que não é perpétuo. A vida se amoldou ao virtualismo tecnológico e à ilusão de auto suficiência produzida pelas criações humanas.
Não é mais necessário algo ou alguém além de si e assim, o próprio Deus deixou de ser a essência da criação e da vida. O homem perde, cada vez mais, a capacidade de pensar e refletir se tornando indiferente aos grandes mistérios da existência.
Todos devem se precaver para não se tornarem reféns, também, dessa indiferença reinante no mundo, porque ela é a causa da morte prematura do ser que pensa.
‘Penso, logo existo’, deve ser o fundamento para rebatermos de frente essa investida de indiferença em relação a tudo, em especial às coisas de Deus que muitos, e certamente grande parte da mídia, desejam disseminar entre todos nós. Quantos menos pensarem melhor será para muitos grupos e instituições.
Pessoalmente, preferiria mais os ateus aos indiferentes. Ao menos deles resultavam bons debates e a motivação para pensar e refletir!
J. Rubens Alves