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A BELA E A FERA: UMA REFLEXÃO

Celine Dion & Peabo Bryson - Beauty And The Beast (HQ Official Music Video) Esta bela canção deu vida e sentimento à Bela e a Fera, ...

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

BUSCAR MAIS AO ALTO


Vale a pena imprimir um esforço continuado na transformação radical de conceitos e mentalidades que nos escravizam e, assim, buscar um grau acima em nossa progressão espiritual porque estamos convictos, lá em nosso íntimo, que a constante e elevada vibração espiritual é que, em verdade, nos transmite vida.
Mesmo se mantivermos costumes voltados para uma religiosidade, que geralmente se restringem aos atos mais corriqueiros de expressão de fé poderemos, em certo momento, sentir um distanciamento da nossa verdadeira Fonte de Vida e um vazio inexplicável.
Em alguns momentos estamos alegres e felizes, conseguimos manter nosso espírito em oração e intensa espiritualidade desfrutando, assim, um período de paz deliciosamente transcendental.
Isso acontece porque somos arrebatados para a fase mais próxima de nossa verdadeira condição de filhos de Deus.
A vida na matéria  não é ruim, mas como ‘ser total’ - nós somos inseparáveis do plano Divino (do qual fazemos parte integrante e não podemos nos evadir) - sentimos como uma saudade de algo que não conseguimos ver e tocar.
Quando nossa condição humana se vê transportada para mais próximo de sua verdadeira origem, através de momentos de intensa meditação e oração, temos aí alterado nosso estado de percepção e de consciência.
A superação da nossa condição humana - o ser simplesmente matéria - acontece, contudo, no tempo certo para cada indivíduo, de acordo com seu esforço neste processo de melhoria, equiparando-se tal como um prêmio intransferível: o de ascender ao nível maior de espiritualidade.
Quando isso ocorre, acordamos para as enormes potencialidades que existem dentro de nós, atravessando um verdadeiro portal de consciência.
Passamos, então, à maior valorização do amor e do conhecimento, deixando para um segundo plano, outras preocupações de nossa vida temporal. Eliminamos o medo da morte. Começamos a sentir que todo o universo é interligado por uma mesma origem. Aprendemos a tomar o controle pelo rumo de nossa existência, utilizando verdadeiramente o livre arbítrio. Sobem, em nível de importância, outros valores: o amor à própria vida, ao próximo, pela natureza e por toda a criação. Passamos a viver uma busca incansável e insaciável de espiritualidade cada vez mais profunda. Passamos a sentir que o universo é amigo, benevolente e seguro.
O vislumbre de que existe Algo Maior do que nós, amparando-nos e unificando o universo é psicologicamente central à experiência humana. Nutre nossa alma, cura a sensação de abandono, separação e isolamento e reconstitui a nossa alma.
Esse é um processo restaurador e auto-organizador. Nos dá segurança e uma referência clara onde devemos chegar. Deixamos de ser peregrinos errantes, sem destino.
Esse processo de busca e encontro é tão organizador que, em fato real, vemos o que ocorreu com Paulo, que viu sua vida toda ser reestruturada quando foi arrebatado até o terceiro céu. Ele próprio narra, claramente, o episódio que marcou sua vida em 1Cor 15,35-55 e 2Cor 12,1-(4). É só conferir.
Ele não precisou morrer na carne para subir e conhecer outro céu, outra morada.
Nossa vida é alimentada, desde crianças, por uma espiritualidade irreal, através de conceitos prontos. Concebemos Deus como nosso Pai, Jesus como nosso irmão, personagens distantes e, por isso, nos frustramos e nos sentimos limitados, impotentes e sós.
Para aquele que não supera as limitações de conceitos religiosos, através de entendimento e progresso espiritual, sobram sentimentos pequenos de impotência, de infelicidade, de tristeza, de solidão. Sente uma fragilidade incontrolável por ser simplesmente humano, atrasando a sua posse de herdeiro da condição de filho de Deus.
Na verdade, nós todos sentimos que há algo de muito Maior entre essa vida nossa e o que verdadeiramente nosso íntimo tende a alcançar.
Existe, além de nós e do que realmente vivemos, algo de muito Superior, que ainda não conseguimos ter uma idéia muito clara, mas da qual temos, em alguns instantes, relances que nos dão uma sensação de plenitude e de intenso amor, de grandiosa felicidade, de intensa paz e de uma inexplicável sensação de bem-estar.
Quando estamos a sós, é possível sentir todas essas sensações se conseguirmos nos fixar num plano espiritual mais elevado.
Juntos, através de união de um grupo, é possível fortalecer essa capacidade de energia espiritual. O simples fato de vivermos em estado de união e oração, nos traz certeza da presença de Deus em nosso meio.
Fazemos parte de um plano grandioso, muito maior do que essa fase de nossa existência. Fomos escolhidos por Deus antes de nosso nascimento e depois, em herança recebemos um cheque em branco do Filho do mesmo Deus.
Uma de nossas falhas é não tomar posse dessa herança, não descontar esse cheque em branco. É importante sentir que fazemos parte de todo esse processo Divino.
Urgente é tomarmos consciência de nossa verdadeira identidade e partilhar nossa experiência individual com cada um daqueles que cruzarem nossos caminhos.
Todo dia, o presente de amanhecermos vivos já é um motivo de buscar, mais lá no alto, aquilo que tanto desejamos!
J. Rubens Alves

domingo, 2 de setembro de 2012

PREVISÃO DO TEMPO


Sensivelmente se percebe a brusca mudança nas estações do ano, provocando calor escaldante no outono, frio excessivo na primavera ou secas duradouras no inverno.
Ficam apenas na lembrança os agradáveis climas que nos presenteavam com temperaturas amenas e agradáveis nos fins dos dias de verão ou meia estação.
As tempestades de verão, entre dezembro e março, antes rápidas, vêm revoltas destruindo sem avisar ou prevenir.
Apreensivos, somos bombardeados com notícias preocupantes dando conta que a situação pode ser mais grave do que parece.
Além dos problemas cíclicos, outros se tornaram crônicos, tal como o da escassez de água em todo o planeta, prevista para dentro de um futuro bem próximo
Os cientistas já não se preocupam tão somente com a seca ou períodos de estiagem. Eles estão agora concentrados num assunto mais grave, batizado como desertificação, isto é, escassez de água potável para o consumo e com seca perene que destrói a fertilidade da terra, deixando-a estéril para produzir.
Diante de previsões de calamidades destas proporções, nos sentimos temerosos, impotentes e pequenos.
Passamos a sentir dois tipos de sede: a física que preenche as nossas necessidades biológicas e a sede espiritual pelo poder de Deus que pode nos livrar de tais desastres.

E reconheçamos que tudo acontece pela ação insensata do próprio homem, principal agente da destruição dos mananciais e da natureza. 
Tornamo-nos, através do medo que sentimos com essas previsões sombrias, mais cuidadosos.
E quando o temor abate, quando temos conhecimento de calamidades, pestes, guerras e matanças, prontamente nos lembramos de Jesus nos exortando a estar atentos: “Quando virdes todos esses sinais... estais preparados...”!
Se estamos preparados, dispostos a sentir o significado de todos esses sinais dos tempos, afinando a sintonia com as necessidades do espírito, olhamos em nossa volta com mais atenção, percebendo que o clima está alterado também nos nossos relacionamentos intra pessoal, isto é, o relacionamento entre 'eu e eu mesmo' e que sempre prejudica o relacionamento inter pessoal, isto é, o relacionamento com cada um daqueles com os quais convivemos mais proximamente, incluídos aí esposo, esposa, filhos.
A alienação total, o materialismo exacerbado, o consumismo incontrolável, o imediatismo que angustia, afetam diretamente o clima de nossa vida, porque são ações provocadas pelo Mal em nossas vidas.
Se não vigiarmos e orarmos, estaremos sofrendo variações incontroláveis de clima, ora nos transbordando por enchentes de amor e compreensão, ora nos tornando frios, calculistas e insensíveis, congelando a ação do Espírito de Deus em nós. Num sentido parecido: nos tornamos deserto, onde nem mesmo a semente da Palavra tem chance de germinar.
Os sistemas de hoje e as ações tão comuns deles decorrentes procuram nos afastar de nossos princípios cristãos, éticos e de cidadania destruindo, por fim, nossa base familiar.
A ação de recuperação e de prevenção de desastres em nossas vidas, requer esforço obstinado e conjunto, a começar pela união e o amor do casal por si e por sua família, substituindo qualquer nicho de escuridão pela Luz da Palavra, através do diálogo, oração contínuas e gestos de verdadeiro amor.
J. Rubens Alves

sábado, 18 de agosto de 2012

DETALHES DIVINOS


Não esqueçamos: devemos ser luz para o mundo!
Às vezes nossa chama fica ao ponto de apagar. Sufocada pelo ar viciado do dia a dia nossa luz é ofuscada e se dispersa, sem produzir efeito. Não conseguimos brilhar mais. Em nossa volta ninguém nos reconhece, nem identifica.Para dar vida à nossa chama interior, coisas simples são suficientes, se ainda não perdemos de todo nossa sensibilidade. Basta pouco para que nossa sensibilidade seja capaz de captar uma força renovada que pode vir através de uma pessoa, um breve artigo ou algum conselho.
Se algo simples nos faz bem, poderá também fazer bem aos outros; poderá servir de lampejo novo.
Caminhamos pela estrada da vida sem perceber o que nos circunda. Então, a existência se torna uma longa caminhada, tão exaustiva que nos leva quase a desistir, porque não somos capazes de sentir simplesmente a vida!
Essa estória que circula em palestras, bem serve como exemplo do que desejo transmitir com relação a sensibilidade que cada um deve apurar: 
"Certo dia, um chinês chamado Lailai tomou uma resolução: iria dedicar sua vida à meditação. 
Decidiu ingressar num mosteiro no alto de uma grande montanha, com objetivo de encontrar a iluminação espiritual. Viajou muitos dias e, ao chegar em frente ao portão principal do mosteiro, encontrou aquele que seria o seu mestre. 
Lailai foi recebido com muito amor pelos monges que há muitos anos viviam por lá e dizia a todos: - Vim para buscar minha luz espiritual.
Passados alguns anos, o monge Lailai começou a ficar descontente com sua situação, pois não conseguia encontrar o caminho da luz, sentia-se o mesmo. Procurou o mestre e disse-lhe: - Amado mestre, ensinaste muitas coisas belas e importantes nesta minha caminhada, mas ainda não consegui alcançar a iluminação em minha vida. Quero desistir da vida de monge e voltar para a minha aldeia. 
E o mestre respondeu: - Tudo bem, Lailai. Já que você está desistindo desta vida de meditação, quero lhe acompanhar na descida da montanha. Amanhã, às 4 horas da manhã, estarei esperando no portão principal do mosteiro.
No horário marcado, Lailai encontrou-se com o mestre. 
Ao sairem do mosteiro, o mestre perguntou a Lailai: - Querido filho, o que estás vendo neste momento? 
Respondeu Lailai: - Mestre, vejo o orvalho da madrugada, o cheiro das flores, o céu estrelado e uma lua maravilhosa. 
Continuaram descendo a montanha. Passada uma hora de caminhada, o mestre pergunta: - E nesta parte da montanha, o que está vendo?
Respondeu-lhe Lailai:- Vejo os primeiros raios de sol, escuto o canto dos pássaros e sinto a doce brisa da manhã penetrando em todo o meu ser.
E assim continuavam a descer a grande montanha. Passadas algumas horas, o mestre voltou com a mesma pergunta, e Lailai assim respondeu: - Mestre, neste trecho da montanha sinto o calor do sol, o som do riacho, o orvalho evaporando e os animais silvestres em harmonia com toda a natureza.
Seguiram a caminhada. Chegaram ao pé da montanha ao meio-dia. E mais uma vez, o mestre fez a mesma pergunta, e Lailai respondeu: - Mestre, vejo como a montanha é bela, as árvores da floresta, o riacho doce que circunda o vale, o camponês cuidando da plantação de arroz. Vejo, também, uma criança feliz brincando com o seus amigos.
Então, o mestre lhe falou: - Agora você já poderá voltar para o mosteiro.
Espantado, Lailai perguntou qual seria a razão da volta ao mosteiro.
Respondeu-lhe o mestre: - Porque você já encontrou a Luz.
- Como assim?, questionou Lalai.
- Muito simples - repondeu o mestre - Em cada etapa da descida da montanha você percebeu a importância de cada detalhe da natureza, compreendendo os seus sons, seus odores, suas imagens, suas cores e sua vida."
Assim, portanto, é que devemos ver e interpretar esta longa caminhada. A isto tudo, nós chamamos de iluminação espiritual.
A cada degrau da vida, veja a beleza que ela oferece. Encontrar em cada pequeno detalhe da vida, um significado divino. Além de reavivar a chama interior, expandiremos nossa luz para todos. Uma luz colocada sobre o alto para que ilumine a todos.
J.Rubens Alves


terça-feira, 31 de julho de 2012

IGUAIS DIFERENTES

Aconteceu ao levar um amigo para casa. Ao estacionar o carro, mesmo antes que descesse para me despedir, fui abordado por uma moça ainda jovem, bastante judiada na aparência e no asseio. Dizia que precisava completar o dinheiro para comprar um remédio para sua filhinha. 
Sem analisar se a estória de sua necessidade era ou não verdadeira peguei, continente, no console do carro onde sempre deixo algumas moedas, duas delas, sem mesmo ver o seu valor. A garota, ao estender as mãos, exibiu vários pontos de queimaduras em seus dedos, claramente sugerindo que era viciada, possivelmente em ‘crack’. 
Para minha surpresa e de meu amigo que, ao lado, observava toda cena, a garota esboçou um irreverente sorriso e, devolvendo-me as moedas com rara petulância, proferiu rudemente que ‘aquela quantia não lhe interessava e que as desse para outro idiota’, não para ela. Feito isso, deu de ombros e virou-me as costas, embrenhando-se por outra rua. Ficamos ali perplexos, por alguns instantes! 
Logo após esse inóspito episódio, estacionei o carro em outra rua para comprar os pães para o lanche da tarde. Ali é comum a presença de garotos que se oferecem para ‘olhar o carro’. 
Ao retornar da compra, como que numa reprise da cena que acontecera há apenas alguns instantes, novamente fui abordado por um deles que pedia ‘algum dinheiro’. Igualmente, era judiado na aparência e no asseio. 
Agora, propositada e conscientemente, peguei aquelas mesmas duas moedas rejeitadas pela moça e entreguei-as ao rapazote. Para minha surpresa ouvi de sua boca, esboçando um feliz sorriso, “obrigado, que Deus o abençoe”. 
Dois fatos isolados, mas parecidos. Pessoas da mesma classe social, excluídos e, de certa forma, carentes de um olhar, de uma ajuda. 
Apesar de iguais em sua essência e no seu aparente perfil são, entretanto, totalmente diferentes no grau e na maneira de aceitarem e conviverem com suas misérias e dificuldades. Ele pede pela necessidade de nutrir-se, ela para ‘alimentar’ o vício. 
Quilômetros de diferenças interiores separam as duas personagens, em especial, na espiritualidade, na forma de reconhecer tudo aquilo que Deus lhes concede a mais ou a menos. Um bendiz, enquanto o outro amaldiçoa. 
Assim, de posições sociais diferentes, mas semelhantes a esses dois jovens, quantos deixam de receber tantas bênçãos e dádivas que imploram ao Céu, por esperá-las apenas em grandes proporções, deixando de reconhecer e acolher, aquelas que são concedidas na forma de pequenas manifestações em suas vidas, tal como é o próprio dom do 'simplesmente viver'. 
Abrem mão de tantas pequenas alegrias verdadeiras, em troca de buscar e viver apenas atrás de grandes realizações, prazeres e resultados. 
A intensidade do viver, a alegria e paz em plenitude não dependem do grau ou posição social e cultural, e sim do grau de aceitação, sensibilidade e espiritualidade de cada um. 
Em verdade, ‘o sol nasce para brilhar sobre os bons e os maus’, comprovando que todos são iguais para os dons e graças da Vida, bastando a cada um optar por viver na luz ou nas sombras. 
Um viverá, o outro certamente perecerá! 
J. Rubens Alves

sábado, 14 de julho de 2012

VALE SONHAR

Quantos manifestam desesperança com relação ao futuro! Essa postura de desilusão se manifesta com o inconformismo em relação aos atos de violência, selvagerias e injustiças que se espalham ao redor do mundo.
Não faz bem para ninguém, entretanto, ficar somente lamentando o mal que aí existe e sempre existiu, pois isso só serviria para alimentar o lado negativo. Nem o mundo se beneficiaria com posturas de desalento.
Ao contrário, cada um deve revestir-se de boas energias e alimentar esperanças.
Vale sonhar sobre as possibilidades de transformar o mundo. Se não em sua totalidade, que seria impossível, ao menos cada um ao redor de si mesmo.
Não se operam milagres sem atitudes, sem mudança de comportamento e de cultura. E tudo isso acontece através da educação a partir da família, da escola e das instituições.
Somente mudando-se a maneira de enxergar o mundo e utilizando-se com inteligência o que ele oferece de possibilidades é que se consolidarão as melhorias sonhadas.
Isso não ocorrerá se essas mudanças não acontecerem antes em cada um, modificando a partir de si a maneira de ver e interpretar o que ocorre em sua volta, se conscientizando em primeiro lugar, do seu verdadeiro papel neste mundo.
Dessa forma, o sonho de transformação se realizará em plenitude.
Não há sentido cada qual passar a vida inteira buscando apenas se resguardar e indicando que há algo errado. É preciso mudar algo a partir de si.
É preciso definitivamente lançar um olhar com horizonte mais amplo e, a partir de então, tomar uma atitude positiva que gere frutos de solidariedade, de partilha e amor.
J. Rubens Alves

quinta-feira, 21 de junho de 2012

SEMPRE É TEMPO


Era nosso costume estacionar o carro nos arredores de nosso trabalho, em especial numa rua com fluxo baixo de trânsito. 
Tal como eu, minha esposa e filha também estacionavam ali e nenhum entre nós imaginaria que este procedimento tão comum pudesse se transformar, algum dia, em pretexto para discórdia e atos de agressividade. 
Um dos proprietários de certo estabelecimento comercial passou, costumeiramente, a proferir xingamentos a mim e à minha filha. Diante de vários incidentes agimos com bons modos, sem revide, procurando ignorar as provocações daquele senhor que, apesar de formação diferenciada, se mostrava descontrolado e descia dos patamares da boa educação sempre que percebia nosso carro estacionado em frente ao seu negócio. 
Certo dia, pequena parte do para-choque traseiro avançou sobre a guia rebaixada de sua garagem. Apesar desse detalhe não impedir a saída ou entrada de veículos, aquele surtado senhor chamou fiscais de trânsito para multar e rebocar nosso veículo. 
Os vizinhos, inconformados com aquela atitude nos avisaram em tempo para evitar a remoção do veículo, mas a multa foi aplicada.
Aquele estranho indivíduo, entretanto, não satisfeito, continuava a desfiar seu virulento palavreado contra nós, esboçando seu sarcástico sorriso. 
Minha filha irritada com a situação estava prestes a perder a compostura com aquele indivíduo. Convenci-a para que entrasse no veículo e o conduzisse para outro lugar. 
Voltei-me, então, para aquele moço agressivo e descontrolado convidando-o a refletir sobre sua atitude tão agressiva, antissocial e, acima de tudo anti-cristã. 
A partir daquela data nunca mais estacionamos ali o veículo evitando, até mesmo, em caminhar por aquele trecho de calçada, para não alimentar outros incidentes. A cada nova provocação, fazíamos questão em responder com silêncio e mansidão. 
Nos últimos tempos não o vimos mais nem ali ou em outro lugar.  Nossos caminhos não mais se cruzaram. 
Quase cinco anos se passaram e nem lembrávamos esse transtorno.
Surpreendentemente minha esposa, há alguns dias, entrou no escritório com olhar surpreso, para avisar que alguém desejava falar-me. Segundos depois, ali diante de mim, estava aquele mesmo moço, agora abatido e com olhar melancólico, me pedindo o perdão. Disse-me que, durante o tempo transcorrido desde aquele destempero, a esposa lhe pedira separação, ele por sua vez fracassara no trabalho e se considerava agora doente do corpo e da alma, numa prova viva e cabal de que a maioria das doenças advém do ranço e remorso que cada qual guarda em seu coração. 
Aflito, tentou relembrar todo o ocorrido, mas não o deixei continuar. Simplesmente abracei-o e pedi que fosse em paz, desejando-lhe que Deus, em sua misericórdia e bondade, lhe concedesse a graça de recobrar novamente a luz e a paz para sua vida e sua família. 
Sob dois aspectos esse acontecimento maravilhoso deve ser motivo de imensa alegria: por um lado ali estava uma pessoa que verdadeiramente reencontrou o caminho de volta para Deus e para a Vida, através do arrependimento e da atitude despojada e humilde de pedir o perdão; por outro, a oportunidade em reconhecer que Deus se manifesta em ato contínuo nas nossas vidas, colocando-nos em situações pelas quais somos provados quanto a nossa medida e capacidade de acolher, perdoar e amar. 
Essa experiência real, recentemente vivida, comprova a necessidade de estarmos sempre preparados para o acolhimento e para o perdão incondicional a qualquer um, colocando fim ao ciclo vicioso que se instala, pela ação do Mal, no relacionamento entre seres humanos.
Devemos acreditar na capacidade de sermos magnânimos e praticantes da lei do perdão, a única que alimenta o amor, a justiça e a paz duradoura! 
Afinal, somos nós os potenciais construtores da paz neste mundo para, em consequência, conhecermos a Paz do Alto! 
J. Rubens Alves

segunda-feira, 4 de junho de 2012

QUEBRADORES DE PEDRAS


Em palestras para grupos desmotivados, em especial para os jovens, gosto de partilhar uma narrativa antiga, na qual as personagens são três homens simples e rudes, todos quebradores de pedras. Três trabalhadores que exerciam exatamente o mesmo trabalho, mas com espírito diferenciado e com grau distinto de noção e motivação quanto ao serviço que prestavam. 
"Ao me aproximar deles, todos suados pelo árduo e pesado trabalho, perguntei ao primeiro homem o que ele fazia. De maneira muito grosseira, sem ao menos erguer a cabeça, respondeu: "- Estou quebrando pedras, oras..."
Dirigi, então, a mesma pergunta ao segundo trabalhador. Este, também de maneira pouco amigável e com expressão de raiva, respondeu entre os dentes: "- Não está vendo? Estou trabalhando". Dirigi-me ao terceiro com a mesma indagação. Este, parando de quebrar as pedras, limpando o suor da fronte com as mangas de sua surrada camisa, levantou os olhos e com um sorriso aberto e amigável me respondeu: "- Estou trabalhando, quebrando as pedras para construir uma bela catedral e desejo vê-la pronta!". 
É esta cena que acontece com a maioria das pessoas: por falta de sensibilidade espiritual elas não conseguem enxergar o verdadeiro sentido de suas ações. 
Sua vida e seu trabalho são destituídos de sentido verdadeiro, porque a motivação, se ainda ela existir, está direcionada apenas para a busca de resultados materiais pela sobrevivência. 
O trabalho cotidiano e quase a totalidade das ações diárias visam somente o suprir carências materiais. O resultado, do trabalho e das ações em si, serve para mascarar os medos cotidianos: medo da violência, medo da doença, medo...medo... 
Não se trabalha mais para construir catedrais, belas famílias, belos sonhos. Trabalha-se hoje para pagar os seguros do carro, da saúde, da casa, da previdência e tantos outros, porque a crença de hoje é que o ser humano já nasce doente, inseguro e irremediavelmente perdido. 
A sensação sobre o fruto do trabalho, ao final de cada jornada, é como se estivesse colocando os resultados em um saquitel furado. A sensação de vazio e perda será bem pior, caso não se coloque um sentido mais profundo em tudo aquilo se faz na existência: da ação mais simples do cotidiano, como por exemplo, passar um café pela manhã, até aquela mais qualificada no trabalho profissional. 
Somente neste treino, de se colocar um sentido mais profundo, um amor verdadeiro naquilo que se faz, é que poderá ser encontrado um caminho mais iluminado e prazeroso para  o viver plenamente a vida. Diante das exigências do mundo moderno que constituem o maior empecilho para vidas com mais amor e espiritualidade, assumir uma postura de mansidão e amorização diante das 'cruzes' que surgem a cada dia não é nada fácil. 
Será, portanto, um processo lento para modificar-se a mentalidade, aumentar a firmeza de propósito e tomar uma nova atitude diante do que a vida propõe. 
Essa proposta evitará a repetição inócua do ser simples quebrador de pedras e levará cada um, renovado diante da existência, a se transformar em construtor de catedrais e realizador de sonhos! 
J. Rubens Alves

quinta-feira, 31 de maio de 2012

CANTO DE ALEGRIA

Todos deveriam aceitar e partilhar com outros o poder e a grandeza de Deus manifestadas de várias formas em suas vidas, num gesto de reconhecimento e ação de graças. 
As maiores alegrias do ser humano, em especial a paz de espírito, têm origem divina. Todo aquele que assume com humildade a limitação humana, reconhece que é pequeno, não é dono de si e toma consciência de que Deus se lembra de cada um, manifestando seu poder de libertação e de graça! 
Quando o ser humano se apossa desse conhecimento é abençoado diante de toda a humanidade, e esta vislumbra as grandes coisas que o Poderoso faz a cada um que o reconhece, em sua experiência individual, como único Senhor. 
Tudo que procede de Deus é santo e abençoado para a vida do pequeno ser humano. 
O Senhor demonstrará Sua bondade para aqueles que o amam, em qualquer tempo que passou ou que ainda virá, para que assim seja glorificado em todas as gerações. 
Em defesa de toda pessoa que pensa e age com reconhecimento à Sua bondade, Deus levanta a Sua mão poderosa derrotando orgulhosos e malfeitores que tentam fazer mal para aqueles que o reconhecem como Deus e Senhor. 
A vida mostra que, pela ação Divina, reis, governos e poderosos são depostos de suas altas posições e, em contrapartida, muitos humildes, mas confiantes no Senhor, seguem em frente, independentemente das posições que ocupam. E isso acontece em ações que, às vezes, nem são compreendidas pela razão humana. 
Mansos e humildes, sem dúvida, enfrentarão dificuldades como falta de emprego e outras angústias, porém Deus dará fartura preservando a vida e o pouco que possuem esses justos que o amam de coração. 
E são conhecidos muitos casos de ricos e poderosos, que se consideravam auto suficientes sem enxergar além do umbigo, que acabaram sem nada, com as mãos vazias, para sua vergonha diante das nações. 
Isso tudo acontece porque Deus não mente e sempre cumpre as promessas que fez aos nossos antepassados, no início da história do seu povo, até hoje. 
E, garantidos nessa promessa, todos sentem mais segurança, porque crêem que Deus sempre se lembrará de mostrar Sua bondade, por todo sempre, para aqueles que o recebem como seu Deus, o respeitam e o temem. Os que assim procedem, exultarão com um cântico de alegria!  
J. Rubens Alves

segunda-feira, 30 de abril de 2012

ESPIRITUALIDADE MAIOR


Quando o ser humano atravessa o portal da sua natureza, descobrindo a sua maravilhosa e verdadeira essência acorda, então, para a enorme potencialidade que existe dentro de si e transcende. Passa valorizar o amor e o conhecimento, deixando para um segundo plano, outras preocupações da vida temporal. 
Elimina, entre outros elementos prejudiciais, o medo de certas situações, em especial da morte. Assume outra consciência.
Começa a sentir a sensação de que todo o Universo é interligado por uma mesma origem e que ele faz parte dessa grandeza. Percebe que apesar de sua pequenez faz parte de um todo Maior! 
Assume o controle pelo rumo de sua vida e de sua história utilizando-se legitimamente do livre arbítrio. 
Sobe em seu conceito os valores pela vida, pelo mundo. Entende que viver, consiste em fazer tudo por amor e que todo dia é uma etapa pela busca incansável e insaciável da Espiritualidade maior. Descobre um Mistério Cósmico por trás de toda a existência, inclusive a sua e que, através deste enigma, é que se revela o Divino. 
Vislumbrar que existe a Essência Maior do que ‘seu eu’, unifica, ampara e nutre sua vida. 
Enfim acaba libertando-se e conseguindo cura para sua sensação de abandono, de separação e isolamento. 
Quando consegue sentir essa Essência, quando encontra Deus, cada ser humano terá reconstituído a verdadeira identidade agregando-a à sua alma. 
J. Rubens Alves

segunda-feira, 23 de abril de 2012

PORTA DO CORAÇÃO

Muitos me abrem o coração. Acham que mesmo bem sucedidos, bem casados, com família maravilhosa, não conseguem se desvencilhar de certa angústia que lhes massacra o coração. 
Dizem que buscam a causa para tal sofrimento no companheiro, nos filhos, naquilo que faz e no relacionamento com o seu meio. Não conseguem, contudo, encontrar a resposta, motivo que lhes aumenta essa ânsia incontrolável. 
Quase todos sentem um imenso vazio por dentro. Sofrem de pavor, ansiedade e insônia. Trabalham muito. Pensam em tomar medicamentos. Quando falam com outros amigos sobre esses problemas, alguns compreendem, mas não conseguem ajudar. Procuram, então, outras terapias e praticam atividades com as quais jamais haviam sonhado. Em sua maioria continuam atormentados. E, por incrível que pareça, a maioria dessas pessoas temem, no fundo, o avanço do tempo em sua vida, sabedores que, mais cedo ou mais tarde, se defrontarão com o que há de mais previsível na humanidade: o término, o seu ou de quem está ao lado, da existência! Qual a razão de tanta amargura? 
Procuro, por minha vez, abrir-lhes os olhos e o coração para pequenos grandes detalhes. O primeiro lugar que devem buscar respostas é dentro de si mesmo. Lá no recôndito da alma onde se encontra o caminho para a paz e a felicidade. 
Os problemas não se originam do marido, dos filhos, do meio. Eles nascem dentro de cada um, onde estão armazenadas as impressões equivocadas da vida e dos valores. 
Nesta sugestão, também entra a Fé. Deve-se colocar Deus no meio da vida, ou melhor, dentro de si. Para isso é preciso cada um, como medida imediata, esvaziar-se por completo de si mesmo, de seus desejos mesquinhos, para que Deus possa, então, preencher esse vazio e se expandir em luz e energia divinas. 
Não é preciso compreender esse processo, basta aceitar essa entrega de si. A Providência de Deus os fará compreender essas coisas. A Providência Divina sempre se faz presente em nossas vidas, desde que estejamos com olhos e ouvidos atentos para perceber e entender. 
Alguns tentam o coração do próximo para ver se ali descobrem Deus. Em verdade, o encontro verdadeiro com Deus e com a paz se dá através das portas do próprio coração. Então de dentro ecoará uma linda melodia... 
J. Rubens Alves