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A BELA E A FERA: UMA REFLEXÃO

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quinta-feira, 20 de setembro de 2012

BUSCAR MAIS AO ALTO


Vale a pena imprimir um esforço continuado na transformação radical de conceitos e mentalidades que nos escravizam e, assim, buscar um grau acima em nossa progressão espiritual porque estamos convictos, lá em nosso íntimo, que a constante e elevada vibração espiritual é que, em verdade, nos transmite vida.
Mesmo se mantivermos costumes voltados para uma religiosidade, que geralmente se restringem aos atos mais corriqueiros de expressão de fé poderemos, em certo momento, sentir um distanciamento da nossa verdadeira Fonte de Vida e um vazio inexplicável.
Em alguns momentos estamos alegres e felizes, conseguimos manter nosso espírito em oração e intensa espiritualidade desfrutando, assim, um período de paz deliciosamente transcendental.
Isso acontece porque somos arrebatados para a fase mais próxima de nossa verdadeira condição de filhos de Deus.
A vida na matéria  não é ruim, mas como ‘ser total’ - nós somos inseparáveis do plano Divino (do qual fazemos parte integrante e não podemos nos evadir) - sentimos como uma saudade de algo que não conseguimos ver e tocar.
Quando nossa condição humana se vê transportada para mais próximo de sua verdadeira origem, através de momentos de intensa meditação e oração, temos aí alterado nosso estado de percepção e de consciência.
A superação da nossa condição humana - o ser simplesmente matéria - acontece, contudo, no tempo certo para cada indivíduo, de acordo com seu esforço neste processo de melhoria, equiparando-se tal como um prêmio intransferível: o de ascender ao nível maior de espiritualidade.
Quando isso ocorre, acordamos para as enormes potencialidades que existem dentro de nós, atravessando um verdadeiro portal de consciência.
Passamos, então, à maior valorização do amor e do conhecimento, deixando para um segundo plano, outras preocupações de nossa vida temporal. Eliminamos o medo da morte. Começamos a sentir que todo o universo é interligado por uma mesma origem. Aprendemos a tomar o controle pelo rumo de nossa existência, utilizando verdadeiramente o livre arbítrio. Sobem, em nível de importância, outros valores: o amor à própria vida, ao próximo, pela natureza e por toda a criação. Passamos a viver uma busca incansável e insaciável de espiritualidade cada vez mais profunda. Passamos a sentir que o universo é amigo, benevolente e seguro.
O vislumbre de que existe Algo Maior do que nós, amparando-nos e unificando o universo é psicologicamente central à experiência humana. Nutre nossa alma, cura a sensação de abandono, separação e isolamento e reconstitui a nossa alma.
Esse é um processo restaurador e auto-organizador. Nos dá segurança e uma referência clara onde devemos chegar. Deixamos de ser peregrinos errantes, sem destino.
Esse processo de busca e encontro é tão organizador que, em fato real, vemos o que ocorreu com Paulo, que viu sua vida toda ser reestruturada quando foi arrebatado até o terceiro céu. Ele próprio narra, claramente, o episódio que marcou sua vida em 1Cor 15,35-55 e 2Cor 12,1-(4). É só conferir.
Ele não precisou morrer na carne para subir e conhecer outro céu, outra morada.
Nossa vida é alimentada, desde crianças, por uma espiritualidade irreal, através de conceitos prontos. Concebemos Deus como nosso Pai, Jesus como nosso irmão, personagens distantes e, por isso, nos frustramos e nos sentimos limitados, impotentes e sós.
Para aquele que não supera as limitações de conceitos religiosos, através de entendimento e progresso espiritual, sobram sentimentos pequenos de impotência, de infelicidade, de tristeza, de solidão. Sente uma fragilidade incontrolável por ser simplesmente humano, atrasando a sua posse de herdeiro da condição de filho de Deus.
Na verdade, nós todos sentimos que há algo de muito Maior entre essa vida nossa e o que verdadeiramente nosso íntimo tende a alcançar.
Existe, além de nós e do que realmente vivemos, algo de muito Superior, que ainda não conseguimos ter uma idéia muito clara, mas da qual temos, em alguns instantes, relances que nos dão uma sensação de plenitude e de intenso amor, de grandiosa felicidade, de intensa paz e de uma inexplicável sensação de bem-estar.
Quando estamos a sós, é possível sentir todas essas sensações se conseguirmos nos fixar num plano espiritual mais elevado.
Juntos, através de união de um grupo, é possível fortalecer essa capacidade de energia espiritual. O simples fato de vivermos em estado de união e oração, nos traz certeza da presença de Deus em nosso meio.
Fazemos parte de um plano grandioso, muito maior do que essa fase de nossa existência. Fomos escolhidos por Deus antes de nosso nascimento e depois, em herança recebemos um cheque em branco do Filho do mesmo Deus.
Uma de nossas falhas é não tomar posse dessa herança, não descontar esse cheque em branco. É importante sentir que fazemos parte de todo esse processo Divino.
Urgente é tomarmos consciência de nossa verdadeira identidade e partilhar nossa experiência individual com cada um daqueles que cruzarem nossos caminhos.
Todo dia, o presente de amanhecermos vivos já é um motivo de buscar, mais lá no alto, aquilo que tanto desejamos!
J. Rubens Alves

domingo, 2 de setembro de 2012

PREVISÃO DO TEMPO


Sensivelmente se percebe a brusca mudança nas estações do ano, provocando calor escaldante no outono, frio excessivo na primavera ou secas duradouras no inverno.
Ficam apenas na lembrança os agradáveis climas que nos presenteavam com temperaturas amenas e agradáveis nos fins dos dias de verão ou meia estação.
As tempestades de verão, entre dezembro e março, antes rápidas, vêm revoltas destruindo sem avisar ou prevenir.
Apreensivos, somos bombardeados com notícias preocupantes dando conta que a situação pode ser mais grave do que parece.
Além dos problemas cíclicos, outros se tornaram crônicos, tal como o da escassez de água em todo o planeta, prevista para dentro de um futuro bem próximo
Os cientistas já não se preocupam tão somente com a seca ou períodos de estiagem. Eles estão agora concentrados num assunto mais grave, batizado como desertificação, isto é, escassez de água potável para o consumo e com seca perene que destrói a fertilidade da terra, deixando-a estéril para produzir.
Diante de previsões de calamidades destas proporções, nos sentimos temerosos, impotentes e pequenos.
Passamos a sentir dois tipos de sede: a física que preenche as nossas necessidades biológicas e a sede espiritual pelo poder de Deus que pode nos livrar de tais desastres.

E reconheçamos que tudo acontece pela ação insensata do próprio homem, principal agente da destruição dos mananciais e da natureza. 
Tornamo-nos, através do medo que sentimos com essas previsões sombrias, mais cuidadosos.
E quando o temor abate, quando temos conhecimento de calamidades, pestes, guerras e matanças, prontamente nos lembramos de Jesus nos exortando a estar atentos: “Quando virdes todos esses sinais... estais preparados...”!
Se estamos preparados, dispostos a sentir o significado de todos esses sinais dos tempos, afinando a sintonia com as necessidades do espírito, olhamos em nossa volta com mais atenção, percebendo que o clima está alterado também nos nossos relacionamentos intra pessoal, isto é, o relacionamento entre 'eu e eu mesmo' e que sempre prejudica o relacionamento inter pessoal, isto é, o relacionamento com cada um daqueles com os quais convivemos mais proximamente, incluídos aí esposo, esposa, filhos.
A alienação total, o materialismo exacerbado, o consumismo incontrolável, o imediatismo que angustia, afetam diretamente o clima de nossa vida, porque são ações provocadas pelo Mal em nossas vidas.
Se não vigiarmos e orarmos, estaremos sofrendo variações incontroláveis de clima, ora nos transbordando por enchentes de amor e compreensão, ora nos tornando frios, calculistas e insensíveis, congelando a ação do Espírito de Deus em nós. Num sentido parecido: nos tornamos deserto, onde nem mesmo a semente da Palavra tem chance de germinar.
Os sistemas de hoje e as ações tão comuns deles decorrentes procuram nos afastar de nossos princípios cristãos, éticos e de cidadania destruindo, por fim, nossa base familiar.
A ação de recuperação e de prevenção de desastres em nossas vidas, requer esforço obstinado e conjunto, a começar pela união e o amor do casal por si e por sua família, substituindo qualquer nicho de escuridão pela Luz da Palavra, através do diálogo, oração contínuas e gestos de verdadeiro amor.
J. Rubens Alves