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quinta-feira, 20 de agosto de 2015

LAVA A JATO


Nestes tempos, o cidadão comum é surpreendido, cada vez mais, pelas divulgações de casos de escândalos envolvendo membros de governos, políticos e empresários em negócios não muito limpos ou pelo menos imorais, não só no Brasil, como em várias partes do planeta!
As cifras milionárias envolvidas nesses negócios espúrios de troca de favores, cartel, protecionismos e propinas assustam e deixam atônitas as pessoas comuns, que penam para viver em acordo com leis mal elaboradas, em geral para minorias e, ainda, sobreviverem com os ganhos honestos de seus trabalhos.
Para aqueles que transitam por esses desvios perdulários, absurdamente os fins justificam os meios e, por isso mesmo, não se importam em delapidar o Estado em seu favor, ferindo éticas, esquecendo valores e prejudicando instituições.
Verdadeiros ratos de porões que passam sua vida a tramar e urdindo sobre qual a melhor maneira de inflar os patrimônios pessoais, lançando mão das artimanhas que lhes vem na imaginação.
Nem é preciso lançar um olhar profundo para encontrar pessoas que se sentem imbatíveis por terem acesso ao poder e ao dinheiro.
A ambição descontrolada torna os viciados em ganância, verdadeiros cegos que já não visualizam, com clareza, os caminhos sombrios e tortuosos por onde se embrenham. 
Esse desejo de obter mais e mais poder e acúmulo descomunal de riquezas leva seus protagonistas à perda do bom senso e da sensibilidade transformando-os em ladrões de casaca.
Tornam-se audaciosos a ponto de dar continuidade aos crimes, mesmo quando já são caçados pelas investigações.
Trata-se de um processo vicioso que visa, única e exclusivamente, a manutenção da engrenagem dos negócios sórdidos em benefício próprio.
Com ares de pessoas sérias, se envolvem somente com aqueles que lhes servem de engrenagem e se encaixam em seus propósitos escusos, de tal maneira, que se torna quase impossível, por sua vontade própria, retornar à consciência e ao estado normal de vida.
Aqueles cidadãos normais que, graças a Deus ainda são a maioria, diante de toda essa imundície que atinge muitas nações, em especial a nossa nos últimos meses, sentem-se inconformados, ofendidos e desolados.
É uma sensação de humilhação. Ela brota da enxurrada de descalabros políticos, do desgoverno, violência e dos crimes decorrentes da falta de leis severas que aniquilem de vez a impunidade.
Aos que se incluem na soma dos normais, resta ainda muita esperança, pois ela sempre será a última a ser delapidada.
Mesmo diante do mais repugnante, ninguém deve se deixar envolver pela falsa ilusão de que tudo está perdido e permitir-se afogar nessa pobreza de espírito instalada na Nação, decretando morte prematura dos sentimentos generosos e solidários presentes em si e em cada um que ainda acredita na Justiça, ainda que tarda e, às vezes, falha.
Tenham uma certeza: aqueles que só pensam em ganhar a vida com base nessas ações desonestas e imorais como as que estão sendo regurgitadas pela "Operação Lava a Jato" no Brasil, cedo ou tarde, acabarão perdendo a própria vida, porque essas não são e nunca serão as verdadeiras essências que a alimentam.

Tudo o que os ladrões de casaca um dia tramam e negociam, escondidos na escuridão dos porões, noutro dia, próximo ou mais distante, será proclamado abertamente, para que todos possam ver e ouvir.
Isso ocorrerá quando forem pegos de surpresa pelas garras daquela verdadeira Justiça que não verga diante do poder e do dinheiro.
Será um passo para transpor a barreira do mal que separa a criatura do do Bem Maior. Em frente, sempre!
J. Rubens Alves