Em palestras para grupos desmotivados, em especial para os jovens, gosto de partilhar uma narrativa antiga, na qual as personagens são três homens simples e rudes, todos quebradores de pedras.
Três trabalhadores que exerciam exatamente o mesmo trabalho, mas com espírito diferenciado e com grau distinto de noção e motivação quanto ao serviço que prestavam.
"Ao me aproximar deles, todos suados pelo árduo e pesado trabalho, perguntei ao primeiro homem o que ele fazia. De maneira muito grosseira, sem ao menos erguer a cabeça, respondeu: "- Estou quebrando pedras, oras..."
Dirigi, então, a mesma pergunta ao segundo trabalhador. Este, também de maneira pouco amigável e com expressão de raiva, respondeu entre os dentes: "- Não está vendo? Estou trabalhando". Dirigi-me ao terceiro com a mesma indagação. Este, parando de quebrar as pedras, limpando o suor da fronte com as mangas de sua surrada camisa, levantou os olhos e com um sorriso aberto e amigável me respondeu: "- Estou trabalhando, quebrando as pedras para construir uma bela catedral e desejo vê-la pronta!".
É esta cena que acontece com a maioria das pessoas: por falta de sensibilidade espiritual elas não conseguem enxergar o verdadeiro sentido de suas ações.
Sua vida e seu trabalho são destituídos de sentido verdadeiro, porque a motivação, se ainda ela existir, está direcionada apenas para a busca de resultados materiais pela sobrevivência.
O trabalho cotidiano e quase a totalidade das ações diárias visam somente o suprir carências materiais. O resultado, do trabalho e das ações em si, serve para mascarar os medos cotidianos: medo da violência, medo da doença, medo...medo...
Não se trabalha mais para construir catedrais, belas famílias, belos sonhos. Trabalha-se hoje para pagar os seguros do carro, da saúde, da casa, da previdência e tantos outros, porque a crença de hoje é que o ser humano já nasce doente, inseguro e irremediavelmente perdido.
A sensação sobre o fruto do trabalho, ao final de cada jornada, é como se estivesse colocando os resultados em um saquitel furado. A sensação de vazio e perda será bem pior, caso não se coloque um sentido mais profundo em tudo aquilo se faz na existência: da ação mais simples do cotidiano, como por exemplo, passar um café pela manhã, até aquela mais qualificada no trabalho profissional.
Somente neste treino, de se colocar um sentido mais profundo, um amor verdadeiro naquilo que se faz, é que poderá ser encontrado um caminho mais iluminado e prazeroso para o viver plenamente a vida. Diante das exigências do mundo moderno que constituem o maior empecilho para vidas com mais amor e espiritualidade, assumir uma postura de mansidão e amorização diante das 'cruzes' que surgem a cada dia não é nada fácil.
Será, portanto, um processo lento para modificar-se a mentalidade, aumentar a firmeza de propósito e tomar uma nova atitude diante do que a vida propõe.
Essa proposta evitará a repetição inócua do ser simples quebrador de pedras e levará cada um, renovado diante da existência, a se transformar em construtor de catedrais e realizador de sonhos!
J. Rubens Alves
"Ao me aproximar deles, todos suados pelo árduo e pesado trabalho, perguntei ao primeiro homem o que ele fazia. De maneira muito grosseira, sem ao menos erguer a cabeça, respondeu: "- Estou quebrando pedras, oras..."
Dirigi, então, a mesma pergunta ao segundo trabalhador. Este, também de maneira pouco amigável e com expressão de raiva, respondeu entre os dentes: "- Não está vendo? Estou trabalhando". Dirigi-me ao terceiro com a mesma indagação. Este, parando de quebrar as pedras, limpando o suor da fronte com as mangas de sua surrada camisa, levantou os olhos e com um sorriso aberto e amigável me respondeu: "- Estou trabalhando, quebrando as pedras para construir uma bela catedral e desejo vê-la pronta!".
É esta cena que acontece com a maioria das pessoas: por falta de sensibilidade espiritual elas não conseguem enxergar o verdadeiro sentido de suas ações.
Sua vida e seu trabalho são destituídos de sentido verdadeiro, porque a motivação, se ainda ela existir, está direcionada apenas para a busca de resultados materiais pela sobrevivência.
O trabalho cotidiano e quase a totalidade das ações diárias visam somente o suprir carências materiais. O resultado, do trabalho e das ações em si, serve para mascarar os medos cotidianos: medo da violência, medo da doença, medo...medo...
Não se trabalha mais para construir catedrais, belas famílias, belos sonhos. Trabalha-se hoje para pagar os seguros do carro, da saúde, da casa, da previdência e tantos outros, porque a crença de hoje é que o ser humano já nasce doente, inseguro e irremediavelmente perdido.
A sensação sobre o fruto do trabalho, ao final de cada jornada, é como se estivesse colocando os resultados em um saquitel furado. A sensação de vazio e perda será bem pior, caso não se coloque um sentido mais profundo em tudo aquilo se faz na existência: da ação mais simples do cotidiano, como por exemplo, passar um café pela manhã, até aquela mais qualificada no trabalho profissional.
Somente neste treino, de se colocar um sentido mais profundo, um amor verdadeiro naquilo que se faz, é que poderá ser encontrado um caminho mais iluminado e prazeroso para o viver plenamente a vida. Diante das exigências do mundo moderno que constituem o maior empecilho para vidas com mais amor e espiritualidade, assumir uma postura de mansidão e amorização diante das 'cruzes' que surgem a cada dia não é nada fácil.
Será, portanto, um processo lento para modificar-se a mentalidade, aumentar a firmeza de propósito e tomar uma nova atitude diante do que a vida propõe.
Essa proposta evitará a repetição inócua do ser simples quebrador de pedras e levará cada um, renovado diante da existência, a se transformar em construtor de catedrais e realizador de sonhos!
J. Rubens Alves
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