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segunda-feira, 27 de junho de 2016

CONFUSÃO MENTAL

Lembro-me das longas e duras jornadas de trabalho de meu pai. Apesar de tanto esforço pouco conseguiu, além da educação sólida de seus filhos. 
Longos anos de trabalho para um resultado bastante humilde. 
Como o exemplo e testemunho de vida semelhante ao de meu pai, a maioria trabalha bastante, por anos a fio. Quase todos conseguem, ao longo de trinta a quarenta anos, apenas um pequeno patrimônio, longe das grandes fortunas, mas suficiente para oferecer certo conforto e uma aceitável qualidade de vida. 
Instalou-se nos tempos atuais, entretanto, uma mentalidade diferente daquela comum há poucas décadas, quando se aprendia que os bens deveriam ser conseguidos como frutos do trabalho e do suor do rosto.
A tecnologia, em especial a televisão, criou uma realidade virtual onde tudo é possível, de imediato, sem trabalho e sem esforço. 
As personagens de qualquer filme ou novela não precisam de tempo real para operar mudanças radicais em suas vidas virtuais. Conseguem, num piscar de olhos, lindas mulheres, carrões, riqueza, mansões. Na mídia da comunicação e entretenimento, basta estalar os dedos para ter o mundo nas mãos. 
As cenas são tão envolventes e bem produzidas que incutem na mente das pessoas não inoculadas para ilusões, que aquilo mostrado, apesar de falso, é a realidade. 
No mundo mágico da encenação, tão perfeita é a tecnologia dos efeitos visuais que prejudica a compreensão da realidade do tempo e espaço e os menos preparados, em especial os mais jovens caem nas armadilhas da ilusão. 
Os filmes e novelas embutiram em seus roteiros mensagens subliminares, o merchandising, despertando a doença do ter objetos de desejo do mundo consumista. 
Não bastasse, a mídia divulga e engrandece os grandes ídolos, não tanto por suas qualidades e dotes inegáveis, mas dando destaque na divulgação dos milhões de dólares arrebanhados em fantásticos e mirabolantes contratos. Fazem assim com os jogadores, artistas e outras expressões grandiosas. 
Resultado: os mais jovens ficam impacientes diante do tempo real, relativamente longo, para sua tentativa de conseguir a riqueza e os mesmos bens de consumo que seus ídolos o conseguiram em tão pouco tempo no seu mundo de ilusões. 
Não compreendem que é preciso trabalhar duro e aguardar suas oportunidades de construir seu patrimônio, tudo em seu tempo e possibilidades. Esquecem-se de que fazem parte de uma maioria não premiada por exceções ou por uma sorte grande. 
Cansam-se, então, de tudo isso e dessa espera obrigatória para alcançar outros patamares de prosperidade. 
Em profundo e incontrolável desejo, saem por esse mundo a fora, drogando-se, apontando armas para tirar do próximo tudo aquilo que não lhes pertence, porque essa é a única forma de se assemelharem aos ídolos do mundo irreal. 
Nunca se matou tanto, por tão pouco. Matam por dinheiro, por carros, por celulares. Matam por nada! Matam até pelo fundamentalismo inconsistente de uma crença. 
Basta assistir aos noticiários da TV para se acreditar que, efetivamente, se está vivendo numa era de confusão mental. 
Essa doença do imediatismo, verdadeira pandemia, requer atenção maior de educadores, de lideres, dos pais e de todos nós. 
A razão de tanta violência no mundo pode residir basicamente nesse pequeno detalhe: falta de capacidade perceber a diferença entre a realidade e a ilusão!  Mentes fracas e seduzidas por ilusões são armas potenciais escondidas na solidão de indivíduos mal formados.
É até mais fácil combater organizações do crime organizado e do terror que se aglomeram em células e instituições fisicamente identificáveis, do que evitar males causados por mentes isoladas e doentias, que agem unicamente pela força de seu instinto. 
Para compreender isso, basta um olhar sobre o que vem ocorrendo em vários países sob o pânico do terror isolado ou que vivem sob o terror de mentes que agem isoladamente pelo efeito de drogas ou mentes confusas pelas informações que assimilaram através das redes universais de comunicação.
Os detentores do poder sobre a mídia e da internet precisam entender esse perigo rapidamente e modificar a forma da comunicação, em especial na abordagem de assuntos sobre violência, tecnologias perigosas, exaltação de prazeres, apologia ao sexo e luxúria que apesar de se apresentarem como símbolos falsos de liberdade de pensamento, são apelos à libertinagem e grilhões de escravidão.
Tais recursos, que vem causando tamanha confusão mental, poderão esgotar, por completo, a capacidade de esperança, de sonho e de vontade que cada indivíduo carrega em sua essência!
J. Rubens Alves

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